21 de fev. de 2012

Entrevista com Editor Fábio Bueno


Fábio Amador Bueno Fábio Amador Bueno é editor de artes marciais desde a década de 90, com mais de uma centena de obras editadas e produzidas nas bancas e livrarias do Brasil e no exterior.
Editou e produziu quatro revistas de artes marciais nas bancas com distribuição nacional: Inside Kumite, Fighter Magazine, Shaolin Gong Fu e Revista Master, além da Coleção Artes Marciais lançada no Brasil e Europa.
Foi homenageado pela Faculdade de Ciências da Bahia com o título de Grão-Mestre (honoris Causa) e com a Faixa Preta de Hapikdo pela World Olimpic Hapkido Federation.
Faixa Azul de Full Contact da Linhagem do Mestre Sergio Batarelli.
Faixa Ponta-Verde de Taekwondo na academia Liberdade (Grão-Mestre Yeo Jin Kim)
Faixa Cinza de Taekwondo com Grão-Mestre Fábio Goulart;
Faixa Verde-ponta azul de Hapkido com Grão-Mestre Anassiel Kin


QUAL SEU INTERESSE PELAS ARTES MARCIAIS?
Tenho muitos interesses:
Social: Eu acredito na arte marcial como instrumento para formação de cidadãos e de inclusão social. Com o trabalho desenvolvido pela Bueno Editora me empenho em fortalecer este segmento e assim contribuir com a sociedade e com um país melhor para nossos filhos.
Comercial: Nesse aspecto temos um filão de mercado inexplorado, muita gente desistiu nos primeiros obstáculos, mas o segredo é a adaptação. Estou sempre aprendendo e trabalhando com novos modelos de negócio. O livro Grandes Mestres das Artes Marciais é um exemplo disso, este ano produziremos a 4ª edição. A cada ano notamos uma evolução gradativa e temos certeza que esse trabalho ainda tem muito para crescer. Apesar disso, apresentamos Mestres de várias localidades do Brasil e a distribuição do livro já ultrapassou as fronteiras de nosso país, sendo divulgado através dos participantes para mais de 20 países. Temos ainda a grata honra de estarmos em várias bibliotecas, inclusive no exterior e em diversos sites como o da revista Tatame e da Budoryu Internacional/Karate. Com o evento do MMA e das olimpíadas, as artes marciais logo estarão em alta. Outras editoras já estão de olho nesse segmento, prova disso é a reedição da Coleção Artes Marciais, que produzi para a editora Online há cinco anos e agora em circulação nas bancas de jornal do Brasil e Europa. Além disso, um de nossos objetivos principais é auxiliar os profissionais marciais no sentido de se especializarem na administração e marketing das academias, pois além de professores e mestres, eles são empresários e a academia só crescerá quando tratada como empresa de fato.
Saúde e Bem-Estar: A prática da arte marcial constrói um corpo saudável, e como diz o velho ditado: “Mens sana, corpore sano”. Além de oferecer um convívio social, também proporciona o alívio do estresse.

QUAL SUA ARTE PREFERIDA?
Essa é uma pergunta difícil.
Gosto muito do Kung Fu e principalmente de seu maior divulgador, que é Bruce Lee. É fato que a grande maioria dos Mestres que participam de nossos livros foram influenciados por esse grande homem. É a arte mãe.
O Taekwondo é uma paixão, uma arte marcial esportiva que afia demais a agilidade e os reflexos... uma esgrima com os pés.
O Hapkido é excelente para a defesa pessoal, uma arte marcial completa, assim como o Kung Fu.
O Aikido é místico, surpreendente. É a arte marcial do 3º milênio.
O Judo e o Karate são impregnados de filosofia e de tradição. Admiro muito.
O Kendo é elite, arte marcial nobre, magnífica. Gostaria muito de poder treinar um dia.
O Jiu Jitsu dispensa palavras, adorava ver o Roice Gracie finalizando os gigantes nos primeiros UFCs.
A Arte Marcial Russa chega ao Brasil e é uma grande novidade, com uma técnica muito estudada e diferenciada de tudo que podemos imaginar. Enfim, como sempre trabalhei com várias modalidades fica difícil ter preferência.

O QUE TE LEVOU A TER A IDEIA DE UMA REVISTA DE ARTES MARCIAIS?
Na realidade fui pautado. Trabalho muitos outros segmentos como Ecoturismo, Pesca Esportiva, Armas, Tatuagem, etc. Mas como meu editor chefe naquela época sabia que eu havia treinado e gostava muito de artes marciais, me encomendou minha primeira revista a Inside Kumite em 2008. Daí em diante foi o segmento que mais durou.

NO BRASIL JÁ VIMOS MUITAS REVISTAS DE ARTES MARCIAIS DESAPARECEREM, QUAL SUA OPINIÃO SOBRE ISSO?
São tantas as variáveis que podem influenciar nesta questão que fica difícil saber o motivo real. O que posso afirmar é que existem grandes entraves no mercado para distribuição de revistas de qualquer segmento e altos custos de impressão. A única certeza que tenho é que juntos somos mais fortes e que acima de qualquer aspecto tem que estar a ética, a responsabilidade, o respeito e a vontade de fazer o melhor dentro das possibilidades de cada um. 
O INTERESSE POR LEITURA SOBRE ARTES MARCIAIS NÃO É TANTO EM NOSSO PAÍS, NÃO TÊM MEDO QUE ISSO AFETE SEU TRABALHO?
Medo não tenho, pois há quinze anos tenho trabalhado em obras voltadas às artes marciais. Grande parte das publicações do segmento foram editadas por mim no período em que eu somente prestava serviços para outras editoras. Criar o hábito da leitura nos brasileiros é um objetivo a ser atingido e não um obstáculo. Temos que identificar o público-alvo e trabalhar para atraí-lo. Temos que fomentar o mercado e aumentar o número de leitores. Este fator não é exclusivo dos leitores de artes marciais.

EM TODAS ESSAS CENTENAS DE ENTREVISTAS QUAL Á QUE MAIS TE SURPREENDEU ATÉ HOJE?
Eu valorizo cada uma das histórias que foram compartilhadas comigo, agradeço a confiança dos entrevistados e admiro o empenho de todos em busca de seu ideal.

JÁ TEVE ALGUM PROBLEMA COM ALGUMA ENTREVISTA, COMO O ENTREVISTADO NÃO GOSTAR DE ALGO DEPOIS DE PUBLICADO?
Não, até hoje sempre lidei com profissionais, aqueles que mudam o foco e alteram os textos não o são.

ACREDITA QUE É DIFICIL O TRABALHO COM ARTES MARCIAIS EM NOSSO PAÍS?
Se fosse fácil, não teria graça.
Hoje ainda vejo que temos um longo caminho a percorrer. Na Argentina, por exemplo, a arte marcial é levada muito a sério, mas a mídia é fraca (até onde eu sei).
Tenho certeza na evolução, pois é inevitável. Hoje as pessoas já estão procurando a Bueno Editora e percebem a diferença em trabalhar com especialistas. Já fizemos um livro comemorativo de 35 anos do Pa-Kua, com 300 páginas, três idiomas e distribuição em 12 países, Estamos trabalhando na revista comemorativa de 50 anos da Shorin Ryu Shinshukan, do saudoso Mestre Shinzato. Isso me leva a crer que existe mercado para as artes marciais sim, e ele será cada vez maior.

O SENHOR NÃO ACREDITA QUE O VALOR COBRADO PELAS REVISTAS MARCIAIS DEVERIAM SER MENORES LEVANDO ASSIM O ACESSO Á VÁRIAS PESSOAS?
Acredito que não. Quem gosta desse segmento é ávido e não se importa em gastar algo em torno de R$ 10,00 para ter acesso a conteúdo especializado. Nossa empresa também produz uma revista virtual com acesso gratuito é só acessar e ler: www.fighteronline.com.br. Esta foi a maneira que encontramos de prestigiar a comunidade. Já contamos com 10 mil leitores.

DEIXE UM RECADO AOS NOSSOS LEITORES:
Quero apenas dizer muito obrigado, pois o leitor é o motivo da mídia existir. Todos nós formamos um círculo inter-relacionado: leitores, mídia, atletas (praticantes) e patrocinadores, se tirarmos um destes elementos, nada funciona. Pensem sempre no exemplo que estão deixando para sua família, seus alunos, amigos e pessoas de relacionamento. A história, os valores, a filosofia e os princípios que norteiam as artes marciais devem estar sempre presentes em seu dia a dia.

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